FORMACAO CATEQUETICA

A LENGUAGEM SIMBOLICA DA LITURGIA

Liturgia, percepção do misterio Deus é todo mistério, um mistério que não é evidente, que não poder ser captado totalmente por nossa razão ou mesmo pelos nossos sentimentos e por isso não poder ser definido perfeitamente pela nossa linguagem.

A linguagem que usamos para falar do mistério e dialogar com ele na liturgia, ainda que imperfeita ou inadecuada, é a linguagem simbólica. SOMENTE POR MEIO DE SÍMBOLOS NÓS PERCEBEREMOS A REALIDADE TRASCENDENTE ( que vai muito além da nossa realidade)."O único que possui a inmortalidade, que habita uma luz inacessível, que nemhum homem viu, nem oder ver" (cf. 1Tm 6,16). Deus é sempre maior, sempre incompreendido, absolutamente transcendente a toda criação , mas, por outro lado, está presente nela, está presente no mundo,, de modo que se pode experimentar a sua presença.

Nós temos acesso a esse mistério por meio de Jesus Cristo, sacramento do Pai, sinal sensível e eficaz do trascendente. Repetindo os seus gestos e as suas palavras no celebração da ceia, tornamos presente o grande mistério da nossa fé, a vida,, paixão, morte e ressurreição de Jesus. O mistério pascal não é só mistério de Cristo, mas mistério de toda a Trindade, que se faz experimentar na liturgia. A celebração eucarística é o mistério de nossa fé expresso numa linguagem simbólica e ritual.


O símbolo não se explica ele é a epifania (del griego: επιφάνεια que significa: "manifestação; um fenômeno milagroso") de uma experiência profunda, diante da qual só resta calar.( Cf. Mc 1,10 )

A manifestação de Deus se chama Teofania.(Ej: Teofania da Sarça ardente: Ex 3,2-6)

Desta forma, toda vez que fazemos o uso dos símbolos na liturgia- e toda a liturgia é simbólica-, dizemos que fazemos o uso da linguagem simbólico. E quanto organizamos essa linguagem para melhor celebrar, temos um ritual ou rito. Ambos tem a capacidade de expressar a experiencia de fé e ajudar a comunicação e a interiorização daquilo em que acreditamos e que confessamos nas nossas celebrações.

A liturgia busca tocar os nossos sentidos, nossa corporeidade. Ela quer nos fazer experimentar o mistério e nos faz comprometidos com ele. Aproveitando-se de objetos, gestos, sons,cores, luzes e sombras, gostos, cheiros, a ação litúrgica torna presente, muito além da nossa razão, o propio Jesus Cristo, e com ele a Pai e o Espíritu Santo.

Na celebração litúrgica da missa, aliás, nós fazemos memória de Jesus, seguindo justamente o rito que ele mesmo nos ensinou.

Nao precisamos nem devemos multiplicar as palavras ou tentar explicar os símbolos que usamos em nossas celebrações. Eles devem falar por si, senão não são símbolos.

Os símbolos mais importantes da liturgia e seus significados:

Pão: Destinado à Eucaristia, o pão significa: união, alimento e vida. Como o alimento se torna “um” com o homem, Deus quer unir os homens em comunhão. Na Páscoa era o ázimo, que para o povo judeu o pão sempre expressou a benção de Deus. Comido sem fermento significa a pressa que o povo tinha para sair do Egito.

O pão ázimo sendo o pão da Eucaristia guarda característica de alimento: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (Jô 6,51).

Alimentar a vida, a comunhão – é este o conteúdo da realidade simbólica do pão eucarístico.

O vinho: Lembra a generosidade de Deus. Servindo nas festas significa: alegria, felicidade. Aproxima as pessoas – os amigos e familiares. Feito de muitas uvas exprime união, fusão dos corações.

Na ceia de Jesus ele se torna “ o sangue da nova aliança e eterna aliança” – cf Lc 22,20. a antiga aliança foi selada no sangue das vitimas. “Eis, disse Moisés, o sangue da Aliança que o Senhor fez conosco” (cf. Ex 24,8). Jesus é a vinha nova, cujo sangue sela a Aliança definitiva, sinal de alegria para toda a humanidade redimida.

Água: Recordamos o dom precioso da vida. No batismo esta vida vem e deve ser conservada como o dom. Mediante a fé é também comunhão com a vida trinitária e com os irmãos. Pode ser também símbolo da morte: “Pelo batismo, fomos sepultados com ele (Cristo) na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos para o glória do Pai, assim também vivamos a vida nova”. (Rm 6,4).

Óleo: Na história dos Israelitas ou, mais precisamente, no Antigo Testamento, eram ungidos os sacerdotes, os reis e os profetas. Samuel unge a cabeça de Saul dizendo: “O Senhor te ungiu príncipe sobre a tua herança” (1Sm 10,1). A unção com o óleo significa consagração, benção e reconhecimento da parte de Deus e especial distinção diante dos homens. O sacerdote Aarão foi ungido pelo Espírito. O óleo torna-se símbolo do Espírito de Deus! Quando começa a missão messiânica o evangelista coloca em sua boca as palavras do Profeta Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu” (cf Lc 4,18). O próprio Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com sua força (cf At. 10,38). Cristo – o ungido -, unge por sua vez os cristãos e os torna participantes de sua santidade e de sua salvação.

Imposição das mãos: É símbolo de bênção. (cf. Gn. 48,14); transmitir um cargo ou missão (cf. Lv. 16,21). No Novo Testamento Jesus impõe as mãos as crianças (Mc 10,16); curando doentes (Lc 13,13; Mc. 6,2). Em Samaria os Apóstolos Pedro e João transmitem o dom do Espírito Santo pela imposição das mãos (At 8,17).

O gesto da imposição das mãos será vivamente, presente na liturgia dos sacramentos. No Batismo, na Confirmação, na Reconciliação dos Penitentes (Confissão), na Eucaristia antes da consagração, nas Ordenações (diaconal, presbiterial ou episcopal), na Unção dos Enfermos e no Matrimônio.

Incenso: Os mais antigos usavam-no significando purificação e proteção.

Posteriormente tornou-se símbolo da oração que se eleva a Deus. No Judaísmo simboliza adoração e sacrifício. O odor do incenso devia servir para aplacar a ira de Javé. O sacrifício do incenso e adoração em muito se identificam, sendo ambos um sacrifício a Deus. Nos dias atuais, o incenso ainda tem o sentido de oração e sacrifício de presença de Deus.

Fogo: Ele ilumina, purifica, consome, destrói. O fogo novo na Vigília Pascal significa Cristo. Invocando o Espírito Santo rezamos: “Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fieis e acendei neles o fogo do vosso amor”. Com sacrifícios dos holocaustos, nossas vidas deverão ser consumidas, cada dia, pelo fogo do Amor de Deus.

A Cruz: Para nós, é sinal de vitória. Por ela nos somos identificados. Somos marcados pelo amor de Cristo por meio do sinal da cruz a partir do nosso Batismo.


OBJETOS UTILIZADOS NA LITURGIA
1. Altar: representa a mesa que Jesus e os Apóstolos usaram para celebrar a Ceia na Quinta-Feira Santa. O altar representa a mesa da Ceia do Senhor. Lembra também a cruz de Jesus, que foi como um "altar" onde o Senhor ofereceu o Sacrifício de sua própria vida. O altar deve ter o sentido de uma mesa de refeição para celebrar a Ceia do Senhor.

2. Toalha: lembra a dignidade e o respeito que devem ao altar. Geralmente branca, comprida. Deve ser limpa, condizente com a grandeza da Ceia do Senhor

3. Sacrário: é onde ficam guardadas as âmbulas com Hóstias Consagradas.

4. Lâmpada do Santíssimo Acesa: indica Jesus presente no sacrário, vivo e real, como está no céu.

5. Ostensório: é onde se coloca a Hóstia Consagrada para Adoração dos fiéis

6. Círio Pascal: é uma vela grande, benzida na cerimônia da Vigília Pascal (Sábado Santo). Indica “Cristo Ressuscitado”, “Luz do Mundo”.

7. Carrilhão (sino): é acionado para maior atenção no momento mais solene da Missa, a Consagração.

8. Cálice: Nele se deposita o vinho que vai ser transformado em sangue de Jesus. È feito de metal prateado ou dourado.

9. Patena: é como um pratinho que vai sobre o cálice. Na patena é colocada a Hóstia Grande, do Celebrante.

10. Sanguíneo: é uma toalhinha comprida, serve para enxugar o cálice onde estava o Sangue de Jesus.

11. Pala: é uma peça quadrada, que serve para cobrir o cálice com o vinho.

12. Hóstias: as hóstias grandes e pequenas são feitas de trigo puro, sem fermento. A grande o padre consagra para si, é maior para que todos possam ver.

13. Âmbula: é igual ao cálice, mas fechada com uma tampa justa. Nela colocam-se as hóstias dos fiéis que depois serão guardadas no sacrário.

14. Galhetas: são duas jarrinhas que contém água e vinho. O vinho é para a consagração. A água serve para misturar no vinho antes da consagração, para simbolizar a união da humanidade com a Divindade em Jesus, lavar os dedos do celebrante e purificar o cálice e as âmbulas depois da comunhão.

15. Manustérgio: é para enxugar os dedos do celebrante no Ofertório.

16. Corporal: é uma toalha branca quadrada, que vai no centro no altar. Chama-se corporal porque sobre ela coloca-se a Hóstia consagrada que é o corpo do Senhor.

17. Missal: é o livro que o padre usa para ler as orações da Missa.

18. Crucifixo: colocado no centro do altar, para lembrar o sacrifício de Jesus.

19. Velas acesas: lembra Cristo luz do mundo. A Missa só tem sentido para quem tem fé.

20. Flores: as flores simbolizam beleza, amor e alegria.

 



Bibliografia: Biblia Pastoral. Revista Ecoando-Paulus. Catequisar.com.br, Apuntes Pessoal. Fotos Autor